O termo “Holiday Heart Syndrome” ou “Síndrome do coração pós feriado” teve origem em um estudo de 1978 que relacionou uma alteração do ritmo cardíaco (mais comumente taquicardia supraventricular) com o uso de álcool em um indivíduo sem evidências de doença cardíaca prévia.
A arritmia que mais acontece é a fibrilação atrial. Geralmente retorna ao ritmo sinusal em até 24 horas. Na maioria dos casos o curso clínico é benigno e, a longo prazo, o uso de antiarrítmico não é indicado.
Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na fisiopatologia são diversos: aumento na secreção de epinefrina e norepinefrina, aumento da descarga simpática, efeitos indiretos de metabólitos do álcool, entre outros.
O uso de álcool mesmo em moderadas quantidades pode desencadear a arritmia!!!
Os pacientes que apresentam taquiarritmia sustentada (>30 segundos) secundária à ingestão alcoólica devem ser monitorizados e tratados com controle de frequência cardíaca (betabloqueadores, diltiazem, verapamil). Caso não ocorra resolução espontânea em até 24 à 48hs, cardioversão deve ser considerada.
Sempre lembrar que em caso de instabilidade proceder cardioversão elétrica sincronizada!
A necessidade de internação dependerá das comorbidades do paciente.
Em pacientes jovens sem evidência de doença cardíaca estrutural podem ser liberados com orientação de acompanhamento ambulatorial.
O mais importante é a abstinência alcoólica e evitar o uso de estimulantes como a cafeína por exemplo.
Referência:
-Holiday Heart Syndrome. Budzikowski et al (Medscape) – Jain A, Yelamanchili VS, Brown KN, et al.
-Holiday Heart Syndrome – PubMed [Updated 2023 Mar 10]